Resumo
Se coloca a noção de escuta intermediária, concebida como a resposta aural a certos estímulos mediáticos que procuram transcender os limites de sua própria configuração mediática. Essa escuta implica o reconhecimento e a interpretação de convenções consolidadas a partir do que se pode ser definido como uma linguagem sonora intermédia. Parte-se da ideia de que falar sobre a escuta, como um fenômeno mediado, é limitado se não contemplarmos diversas literacias e especificidades mediáticas, assim como uma historicidade aural intermediária. Problematiza-se, para além disso, sobre as possibilidades de escuta in praesentia e in absentia, para depois ilustrar como três dinâmicas de retórica intermédia –pontuação ideastésica, sinédoque intermedial e configuração paródica da situação– ativam situações de escuta intermediária a partir da alusão à experiência aural de outras medialidades.